sábado, 11 de abril de 2009

Inevitável.

Inevitável como choro de criança, como a culpa do pecador. Imprudente, teimosamente, o inevitável volta como uma 'herpes amorosa". E o que fazer para evitar o inevitável? Cortar as próprias mãos? Cimentar os ouvidos? Cegar de lágrimas os olhos desejantes? Virar as costas e não olhar para trás? Inevitável. Impossível abrir o peito para deixar fugir a alma, como tantas outras coisas, sim, impossívelmente e inevitável.
"Matar" alguém que faz morada dentro de nós quando é tão confortável saber que este alguém ainda habita nosso estômago, e ruminar esta pessoa e este amor é inevitável. Sentir novamente seu gosto, ainda que seja apenas de lembranças, do tempo que o amor cabia em nossa boca. E depois digerido e no nosso estômago, inevitável ruminar seu gosto sem nunca digeri-lo.

Nenhum comentário: